quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Confiança que nunca traz desilusão

 “Eles te pediram ajuda e escaparam do perigo; confiaram em ti e não ficaram desiludidos” (Sl 22.5).

   A imensa ira de Deus pelos nossos pecados cai sobre Jesus quando ele é pendurado na cruz. Embora seu Pai o tenha abandonado, o autor do livro aos Hebreus nos lembra: “Durante a sua vida aqui na terra, Cristo, em voz alta e com lágrimas, fez orações e súplicas a Deus, que o podia salvar da morte. E as suas orações foram atendidas porque ele era dedicado a Deus” (Hb 5.7). Jesus apega-se firmemente em seu Pai, confiando nele para o resgatar e libertar da morte e do inferno.

   Mas quando tudo o que vê é a ira de seu Pai, como ele pode continuar confiando? Ele lembra da experiência dos seus antepassados judeus. Repetidamente, por causa de seus pecados, eles passavam por grandes aflições e problemas. Então, em meio ao sofrimento, eles reconheciam seus pecados, voltavam-se para Deus e clamavam a ele. E, sempre de novo, Deus ouvia suas orações, tinha compaixão deles, perdoava e os resgatava fielmente. Eles confiavam na libertação de Deus e esta confiança não virava desilusão: Deus agia e os libertava.
   Embora Jesus não tenha cometido pecados, ele está em tormentos terríveis porque carrega todos os nossos pecados. Mas ele conhece seu Pai. Assim que o pagamento estiver completado, Jesus entregará seu espírito e Deus dará a ele descanso e paz em sua presença.

   Quando nós encaramos tempos de aflições e dores, podemos recorrer ao nosso Pai celestial por causa de Jesus. Assim, descansamos na certeza inabalável de que nossa confiança em nosso Pai celestial não será desiludida.
Hora Luterana

domingo, 7 de setembro de 2014

Corações derretidos


 “O meu coração é como cera derretida” (Sl 22.14).

O pecado endurece nosso coração, transformando-o em pedra. Nunca veremos isso tão claramente como no caso dos inimigos de Jesus que, com frieza e indiferença, o maltrataram, ridicularizaram, insultaram e atormentaram em sua agonia. Nós temos o mesmo coração duro e frio quando vemos nosso próximo sofrendo e passando necessidade e não sentimos nenhuma piedade, nenhuma preocupação com a situação dele.
O coração sensível de Jesus, o íntimo de sua alma, derrete sob a ira de Deus. O mesmo coração sensível teve piedade e levou Jesus a purificar leprosos, curar o surdo, o cego, o mudo e o paralítico, expulsar demônios, e oferecer compaixão às multidões perdidas e sem rumo. Este coração que nunca se endureceu ou ficou insensível, agora sangra ao ser golpeado pela implacável ira de Deus por causa da dureza do nosso coração.
O coração de Jesus sofreu com seus amigos que o traíram, negaram e abandonaram. Ele teve de lidar com inimigos que o perseguiram a cada passo, com sumo sacerdotes e líderes judeus que queriam matá-lo, com um governador romano que o entregou à vontade deles, e com multidões que o insultaram e zombaram em sua agonia na cruz. Porém, mais do que qualquer outra coisa, seu coração estava machucado porque seu Pai havia virado as costas para ele e descontado sua fúria em seu Filho unigênito, o Cordeiro de Deus que estava tirando o pecado do mundo.
Ao ver um amor tão grande em ação, que coração não amolece? Ao ver seus pecados colocados sobre Jesus e ao ver a imensa agonia e o sofrimento que ele enfrentou, quem é que não é levado às lágrimas de arrependimento, agradecimento e fé por causa do imenso coração e sacrifício do nosso Salvador?

Hora Luterana